quarta-feira, 15 de outubro de 2008

E os "milagres " continuam.

Quinto capítulo

Ainda no ano de 1975, para grande tristeza de todos nós, foi descoberto em minha mãe um câncer de mama. felizmente operada, ficou constatado tratar-se de um tumor encapsulado, portanto sem enraizamento. Feito o tratamento indicado, ela foi dada como curada. Entretanto minha mãe era uma pessoa muito impressionável, e de certa forma pessimista. Começou a fazer afirmações negativas,dizendo que uma amiga tinha tido câncer no pulmão, e que ela teria também!
De nada adiantaram nossas advertências, para que ela tirasse de sua mente tais ideias, e pensasse com optimismo!Em pouco tempo o câncer realmente se apresentou em seu pulmão.Meus irmãos ....sábia afirmação...."não existem doenças, mas doentes".
Sim , nós através de nossa mente ou seja nossos pensamentos , tanto nos curamos como nos adoecemos!
Certo dia , vendo-me entristecida, irmão Mário, presidente da casa espírita inquiriu-me a respeito.
Contei-lhe sobre o problema de minha mãe, e ele bondosamente prontificou-se a visitá-la em minha companhia.
Ao saírmos do hospital onde minha mãe se encontrava em tratamento quimoterápico, ele me disse que marcaria uma "cirurgia espiritual" assim que ela voltasse para casa.
E assim foi feito! No dia marcado, minha mãe distraidamente ia esquecendo do horário da cirurgia, pois teria que ficar deitada em sua cama.......quando ouviu barulho na cozinha como se estivessem mexendo em talheres.
Como no apartamento só estivessem ela e meu pai,ambos na sala,ela estranhou o barulho,mas imediatamente lembrou-se da cirurgia marcada e foi aquietar-se em seu quarto.Teria sido um chamamento? Com certeza!
Passados alguns dias da "cirurgia espiritual", minha mãe foi fazer uma consulta de rotina em seu tratamento e o médico pediu novos exames de raio X dos pulmões para acompanhar o desenvolvimento da doença e do tratamento.
Ao analisar os exames o médico ficou por uns momentos atônito, depois falou.....
-Não posso crer no que estou vendo, por melhor resultado que o tratamento de quimo-terapia conseguisse , o máximo seria a doença ter estacionado, mas o que estou vendo me surpreende, é absolutamente inacreditável.....os seus pulmões estão limpos,
a senhora está CURADA!Eu vou convocar um grupo de colegas meus para comigo analisar este fato que é único na história de minha carreira de médico! Mas graças á Deus!
Para quem de vós desconhece "cirurgia espiritual", é feita pelo plano espiritual a distância ( coisa que para eles não existe)quando os médiuns ficam no Centro Espírita concentrados , e o doente em sua casa.
Mal sabia o médico que realmente era "Graças ao bom Pai"e ao mundo espiritual.
Foi tanta nossa alegria que mal cabia em nossos corações, e somente nossa fé nestes seres extra-físicos de tão grande amor por nós, poderia explicar o ocorrido!
Infelizmente a fé de minha mãezinha talvez não fosse suficiente,pois mais uma vez seu pessimismo e sua negatividade trouxeram de volta a doença para si.
Como precisamos aprender a ser gratos,ter fé e exercitar nossa mente para que seja positiva pois as doenças só nos acometem quando baixamos nossas vibrações e as atraímos para nós! minha mãe começou a afirmar que agora teria câncer na cabeça, pois aquela amiga dela teria morrido assim!
Inúteis foram nossos argumentos para afastar dela estes pensamentos e em poucos meses
foram encontradas metástases em sua cabeça e lugares inoperáveis!
Os seus dias finais foram muito sofridos para ela e para todos nós!
Quando já em seu estado final eu passava os dias com ela no hospital, indo somente a noite ter com meus familiares em casa.devo aqui abrir um parêntese para relatar um fato ocorrido durante aquele tempo de enfermidade de minha mãe.
Como para ela faltasse fé ela me pedia que eu a ensinasse a encontra-la.
Isto realmente é uma missão impossível, pois a fé não se incute nem se ensina, sente-se! Mas eu não poderia me negar a pelo menos tentar e fiz isso com todas as forças do amor que lhe devotava. Lia muitos livros espíritas e de auto-ajuda, contava-lhe episódios acontecidos , tão próximos de nós, mas de nada adiantavam.
Eu naquela época estava grávida de Fernanda, e de um momento para o outro comecei a sentir dores no estômago que se espalhavam por todo o meu corpo com muita intensidade. Eram dores violentas e lancinantes que qté ne deixavam paralisada.
Os médicos consultados não encontravam as causas e como eu estava cuidando de minha mãe fui levando, como podia!
Com o tempo no entanto as crises foram aumentando e era preciso chamar auxílio médico em casa , quando me aplicavam injeções de Buscopan para diminuir as dores.
Em uma ocasião porem a crise foi tão violenta que tive que ser hospitalizada, chegando ao hospital já em estado de inconsciência comatória.
Depois vim a saber que fiquei na UTI por nove dias neste estado e que o diagnóstico era dos piores...desenganada pelos médicos sem que conseguissem saber o que realmente eu tinha!
Creio que o desespero dos meus familiares deve ter sido imenso! Minha mãe em fase terminal e eu desenganada!
Tudo que me recordo , é que quando abri os olhos novamente para a vida depois daqueles nove dias em que permaneci na UTI, deparei-me com uma irmã de caridade do hospital que me fitava , ao lado do leito. Sorri-lhe então e ela admirada me disse....
"como podes sorrir depois de tudo que passaste?"
Lembro-me que a minha resposta saiu prontamente dos meus lábios sem que eu pensasse no que falava...."sim irmã é que a senhora não sabe que por eu ter passado tudo isso , minha mãezinha com certeza aprendeu a ter fé, pois deve ter pedido por minha vida com todo seu coração de mãe!" E já que aqui estou.....ela só pode ter adquirido esta fé! Eu soube depois por ntermedio de uma prima que estava cuidando de mim, que a freira saiu do quarto im pressionada e falou para as enfermeiras, vocês tem que entrar naquele quarto, pois existe lá uma vibração diferente, parece que tem luz no ar!
Vejam meus queridos leitores do que são capazes nossos "irmãos da luz" para nos auxiliarem!E quanto temos que estar com nosso coração receptivo para entender nas entre-linhas o auxílio que nos dão!
Por isso é que sempre digo hoje em dia quando aconselho a alguém para ter fé e calma diante de situações difíceis, as vezes aquilo que achamos ser uma desgraça nada mais é do que um grande bem, que só mais adiante vamos constatar.
Mas não com a razão e sim com o coração é que podemos perceber!
Nem preciso dizer que no meu regresso para casa, minha mãezinha me confidenciou....
agora adquiri fé, pois tive que pedir por ti e fui ouvida! Viram só? Não é maravilhosos quando podemos ser instrumento dos nossos queridos irmãos da luz?
Bem fechando parêntese vou continuar a narrativa da enfermidade de minha mãe.
Minha maior preocupação era apesar de passar 12 horas com minha mãe no hospital, eu lá não estivesse no momento crucial.Por isso pedi a "madre" responsável pelo sector onde ela se encontrava, que me comunicasse quando pela sua experiência , o final estivesse próximo.
Uma madrugada , perto do amanhecer, tive um sonho no qual o nosso telefone que ficava na mesinha de cabeceira , tocou.Meu marido atendeu e me alcançou o telefone, do outro lado da linha meu pai dizendo:- vem logo, pois as sete horas tua mãe vai nos deixar!
Acordei sobressaltada, e como eram seis horas pulei da cama e fui para o banheiro afim de tomar um banho e me arrumar.Mas quando abri a janela vi que o dia estava nublado e algo dentro de minha mente me dizia que quando minha mãezinha se fosse,o dia estaria ensolarado.Telefonei contudo para o hospital e me informaram que o quadro continuava estável.Passei novamente o dia com ela que já se encontrava inconsciente, mas mesmo assim eu procurava estar sempre lhe falando, transmitindo-lhe calma e serenidade, pois o que estava para acontecer era tão somente uma passagem
para outro estágio de consciência e ela nada teria para temer.
A noite cheguei em casa como de costume,e fiquei com meus filhos e meu marido e após fui repousar.
Na manhã seguinte.......o telefone tocou desta vez de verdade, e do outro lado da linha meu pai que dizia:- vem rápido, pois a madre disse que das sete horas ela não passa! Eram seis horas da manhã de um belíssimo dia de sol!
Levantei-me , vesti-me rapidamente e fui para o hospital, lá chegando precisamente as dez para as sete!
Com ela no quarto estava alem do meu pai, Rosa , uma moça que nos últimos anos tinha sido uma espécie de governanta de minha mãe.
Acercando-me do leito tomei nas minhas uma mão de minha mãe , enquanto Rosa do outro lado fazia o mesmo com a outra. Meu pai mais afastado tentava inutilmente conter as lágrimas!
Subitamente , vindo do corredor vozes de um coral feminino, entoavam a "Bercèse" de Mozart. As vozes eram divinamente belas e aproximavam-se cada vez mais.Olhei para Rosa indagando-lhe se ela também estava ouvindo, ao que ela respondeu afirmativamente.
Meu pai entre abriu a porta do quarto entre espantado e encantado, mas pasmem , nada nem ninguém estava lá.Porem a música continuava e entrou no quarto sem que ninguém fosse visto somente o mavioso som que enchia o aposento.
Olhei para minha mãe e ela silenciosa e serenamente exalava o último suspiro, enquanto o relógio do quarto marcava sete horas!
Coloquei levemente minha mão sobre o ombro de minha mãe falecida e falei....viu mãezinha, não foi tão difícil!Neste exato momento e a aproximadamente 20 cm do rosto emagrecido e transfigurado pela dor, um outro rosto igual ao de minha mãe , porem mais sutíl e com um leve sorriso sobre pôs-se ao primeiro, e assim ela permaneceu com aquele semblante belo e com um suave sorriso!
Todos que compareceram a cerimonia fúnebre admiraram-se do seu semblante bonito e sorridente.
Foi emocionante o momento da passagem de minha mãe , e mais um momento para lembrar para sempre.Mais uma surpresa me estava reservada no entanto , pois ao chegar em casa e me dirigir ao meu quarto, recostando-me na cama para descansar, vi que minha filha Fernanda então com dois anos e nove meses, chegou-se a mim.
É claro que em nenhum momento havia sido comentado com ela sobre a gravidade da doença da avó, muito menos do seu passamento, pois naquela tenra idade nada entenderia (supúnhamos).
Qual não foi meu espanto quando deitando a cabecinha em meu regaço ela cantarolou:...
" A vó Erica foi para o céu"!Só posso explicar isso acreditando nas maravilhas que nossos irmãos maiores, tem para nos ofertar e consolar!
Mais alguns meses decorreram e acordei em uma madrugada com gemidos de Fernanda em seu quarto.Acorri , e lá chegando encontrei-a catatônica e de olhos cerrados.
Graças a Deus , não me assustei pois já lera muito a respeito e também já presenciara em trabalhos no Centro Espírita, médiuns em situação semelhante. Catatônica é a pessoa que fica imobilizada como se fora uma estátua. Da-nos a impressão de estar morta, mas a respiração continua e nos tranquiliza.
Épreciso manter a calma e aguardar a volta se possível em estado de prece.Assim que ela voltou e abriu os olhos, disse-me sorrindo:- Mãe eu vi a ´vó Erica, ela está em um lugar cheio de gente que eu não conheço, mas ela está alegre e feliz!
Beijei minha filha comovida, e disse...."que bom, agora volta a dormir!

Meus queridos leitores, devo ou não ser grata por tantas maravilhas que me tem acontecido!

Um comentário:

Robertadear disse...

Lindo!Sua narrativa me fez chorar!