sábado, 4 de outubro de 2014

Capítulo 4º Em busca do conhecimento dentro do C. E.

Desde o primeiro instante em que cheguei ao Chico Xavier, foi como se lá eu sempre estivera.
Sentia-me maravilhosamente bem! Em pouquíssimo tempo já estava trabalhando como médium nas salas de atendimento ao público! Como desejasse recuperar o tempo perdido, pois agora me dava conta, que deveria ter começado bem antes neste trabalho. Lancei-me a leitura dos livros espíritas, li muito desde o básico até os outros. Li todas as obras de Ramatis e desde o início me identifiquei muito com este ser! Ficou mesmo sendo minha leitura de cabeceira por alguns anos.
Em pouco tempo assumi a direção de trabalhos de atendimento e isto me fez muito bem , pois me propiciava a oportunidade de dirigir-me diretamente às pessoas que ali chegavam procurando dar a elas todo amor e aconchego que eu mesma recebera quando ali chegara.
Transcorria o ano de 1976 quando uma perda muito sentida me atingiu. Um primo muito querido, Carlos, então com 33 anos veio a falecer de câncer  deixando-nos a todos principalmente a mim  muito entristecidos, era uma pessoa muito chegada desde a infância e muito querida.
Lembro=me que cheguei do velório, tarde da noite muito desolada e cansada , deitei-me para tentar repousar.Estava ainda acordada e vi perfeitamente no escuro de meu quarto, ao lado de minha cama , uma imagem feminina ainda jovem,loura com longos cabelos encachiados, um vestido azul claro, longo e esvoaçante! Sobre as costas caído um chapéu de palha muito delicado preso por um longo laço de fita de cetim também azul!
Do braço direito pendia um cesto, também de uma espécie de palha, onde se encontravam belíssimas flores jamais vistas neste plano (mundo). Sorria-me com muita  meiguice e transmitiu-me mentalmente as seguintes palavras..."Breve virei como tua filha!"  em seguida sumiu. Era a primeira vez que eu via em vigília um ser de outra dimensão. Aquela visão trouxe-me a maior paz e ternura que eu jamais sentira. Novamente decorridos dois meses , engravidei!
Esta gravidez porem, talvez por eu já estar com 38 anos, foi a princípio normal,mas nos últimos 3 meses houve uma grande possibilidade de parto precoce. Tive de fazer repouso absoluto, para que a gravidez chegasse ao seu termino sem maiores problemas. Apreensiva, quando do início do meu repouso forçado que não foi nada fácil com já 4 filhos para cuidar, eu roguei a Santa Rita de Cássia, que me ajudasse a manter aquele ser nascituro até ao termino da gestação. Prometo dar-lhe a menina como afilhada espiritual, pois tinha certeza tratar-se de uma menina devido a visão que tivera.
Naquela noite sonhei que me traziam 3 botões de rosa vermelhas. flores consagradas a Santa Rita.
A data de nascimento de minha filha foi outra prova de que quando temos fé....os ditos milagres acontecem! Minha filha Fernanda nasceu exatamente no dia 22 de maio, dia de Santa Rita, com nove meses concluídos de gestação. Foi também como a irmã um bebe belíssimo, tanto que o próprio obstetra afirmou-me nunca ter trazido ao mundo criança assim tão bela.
Transcorriam dias felizes alternados com preocupações, pois o pai daquele primo querido que falecera não se conformava com a perda entregando-se a uma depressão muito grave.
Foi então que em uma tarde enquanto passava roupas senti algo inusitado. Era como se uma "presença " me quisesse comunicar algo que eu não sabia o que era. Uma sensação muito estranha como se algumas palavras ficassem se repetindo em minha cabeça! Tentei mudar de pensamentos mas foi inútil. As palavras pulsavam em minha mente....."pega um papel e um lápis"
Enfim resolvi desligar o ferro e atender ao pedido que eu não sabia de onde ou de quem vinha.
Ao sentar em frente ao papel imediatamente veio-me a vontade de escrever, e sem pensar no que escrevia minha mão começou a correr sobre a folha em branco. era tão rápido que me doía o pulso.
No final de duas páginas escritas uma assinatura : - Carlos....aquele primo que falecera.
O conteúdo da escrita era uma belíssima carta ao pai explicando-lhe que estava muito bem, que o pai não deveria ficar naquele estado e que um dia eles voltariam a se encontrar. Entre estupefata e emocionada, liguei para meus primos pais de Carlos , ainda sem saber qual seria a reação deles.
Ernesto o pai a quem a carta era endereçada veio imediatamente busca-la. Daquele dia em diante, a postura de Ernesto mudou. Embora triste saiu daquele estado de depressão, e jamais tirou a carta do bolso levando-a sempre consigo.Quanto a mim, como aquele fato fosse inusitado, fiquei um pouco confusa e fui falar ao Irmão Mario, presidente da casa Espírita onde eu trabalhava.
Ele ouviu-me em silêncio , enquanto relatava o ocorrido, perguntando-me ao final...- o resultado da carta foi satisfatório?  Então está tudo certo!
A partir daquele dia porem, comecei a ter repentinas tonturas a qualquer momento do dia estivesse fazendo o que estivesse. No mesmo tempo uma frase repetia-se em minha mente. Enquanto eu não sentasse a frente de um papel e iniciasse a escrever não parava. Vinham-me então mensagens muito lindas e na maioria das vezes assinadas por seres espirituais da luz. Porem aquele desconforto inicial me incomodava. Foi então que resolvi dirigir-me mentalmente ao mundo espiritual, pedindo que estas mensagens tivessem dia e hora certos, para não me ocasionar aquele mau estar. Resolvi então com certeza intuída a praticar o Evangelho no Lar, todas as terças-feiras a noite com toda família reunida em torno da mesa da sala de jantar. Enquanto meu marido e meus filhos, um de cada vez liam um trecho do Evangelho, e depois sobre ele faziam comentários , eu recebia as mensagens.
O interessante é que ao mesmo tempo eu ouvia o que estavam lendo, enquanto escrevia sem pensar, ou melhor, eu pensava...não vai sair nada correto nesta escrita, pois não estou prestando atenção no que escrevo. Ao termino lendo via que eram palavras de uma beleza e uma correção fantásticas e não era ditadas pelo meu intelecto, eu era apenas um canal. Fui guardando aquela mensagens sem saber exatamente que destino dar a elas.
Meu trabalho no Centro Espírita desenvolvia-se rapidamente, eu já fazia parte do "receituário" e também já era palestrante, bem como já trabalhava no físio psíquico.
Receituário é a parte do trabalho onde os médiuns recebem os nomes das homeopatias nas receitas daqueles que davam os nomes para consultar. Palestrante é aquele que faz parte dos médiuns que servem de canal para fazer as palestras no início dos trabalhos. E o "Fisio-psíquico" é um atendimento de saúde a que hoje nós damos o nome de Reiki.Eu já possuía em casa uma vasta biblioteca de livros espíritas pois lia incansavelmente. Meus filhos e meu marido me apoiavam em meu trabalho espiritual e isto me dava muita alegria. Nunca forcei no entanto nenhum deles a me acompanhar pois cedo aprendi que cada um tem seu tempo certo. Que nossa escalada evolutiva obedece a uma ordem espiritual, mas também é respeitado nosso livre arbítrio, ou seja, nossa vontade própria. Para mim já era maravilhoso que eles concordassem em fazer parte do "Evangelho no Lar" e prestasse,m muita atenção quando eu dissertava sobre acontecimentos espirituais.

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