domingo, 5 de outubro de 2014

Capítulo 5º E os "milagres" continuam.

Ainda no ano de 1975, para grande tristeza nossa, foi descoberto em minha mãe um câncer de mama.
Felizmente operada, foi constatado tratar-se de um tumor encapsulado, portanto sem enraizamento.
Feito o tratamento indicado ela foi dada como curada. Entretanto minha mãe era uma pessoa muito impressionável e de certa forma pessimista e começou a fazer afirmações negativas, dizendo que uma conhecida tinha tido câncer no pulão e que ela teria também.
De nada adiantaram nossas advertências para que ela pensasse com otimismo, e em pouco tempo o câncer se apresentou em seus pulmões. Vendo-me entristecida, irmão Mario, presidente da Casa Espírita inquiriu-me a respeito. Contei-lhe sobre o problema de minha mãe e ele bondosamente, se prontificou em visita-la. Ao sairmos do hospital onde minha mãe se encontrava fazendo quimioterapia, irmão Mario me disse que marcaria uma cirurgia espiritual, assim que ela retornasse para casa. E assim foi feito!
Na noite marcada minha mãe distraidamente ia esquecendo do horário da cirurgia, pois teria que ficar deitada em sua cama ...quando ouviu na cozinha, barulho como se alguém mexesse em talheres.
Como no apartamento só estivessem meu pai e ela, ambos na sala, ela estranhou o barulho. Mas em seguida lembrou-se da cirurgia marcada e foi aquietar-se em sua cama. Teria sido um chamamento? Com certeza!
Passados alguns dias da cirurgia astral, minha mãe foi fazer uma consulta de rotina do seu tratamento, e o médico pediu novos exames de raio X dos pulmões para acompanhar o desenvolvimento da doença e do tratamento de quimo.  Ao analisar os exames de raio X o médico ficou por uns momentos espantado  e atônito, depois falou :- "não posso crer no que estou vendo, por melhor resultado que o tratamento de quimo terapia conseguisse o máximo seria a doença ter estacionado, mas o que estou vendo aqui é inacreditável, os seus pulmões estão limpos a senhora está curada!
Eu vou convocar um grupo de colegas médicos para comigo analisar este fato, pois é completamente anormal. Graças a Deus! Mal sabia ele que realmente era "Graças a DEUS" e ao mundo espiritual!
Foi tanta nossa alegria que ela mal cabia em nossos corações , e somente nossa fé neste amor tão grande destes Seres Extra-físicos poderia explicar o ocorrido!
Infelizmente a fé da minha mãezinha, talvez não fosse suficiente, pois mais uma vez seu pessimismo e sua negatividade trouxe de volta a doença para si. como precisamos ser gratos e ter fé exercitando nossa mente positiva pois as doenças nos acometem através de nossos pensamentos negativos. Cabe a nós cercar-nos de proteção mental, fé e ações positivas e justas , para que elas não nos atinjam.
minha mãe iniciou a fazer afirmações de que teria câncer na cabeça, pois uma miga dela tinha morrido assim! Inúteis foram nossos argumentos, para afastar dela estes pensamentos, e poucos meses depois foram encontradas  "metástases" em sua cabeça  em lugares inoperáveis. Os seus dias finais foram muito sofridos e dolorosos, para ela e para todos nós. Quando já no final ela estava hospitalizada, eu passava os dias ao lado dela indo somente a noite ter com meus familiares, em casa.
 mas minha preocupação era não estar presente ao seu lado quando do desenlace. Por isto pedi a religiosa superiora do hospital que me avisasse, quando pela sua experiência achasse que o final estivesse próximo.
Em uma madrugada já ao amanhecer tive um sonho, no qual o nosso telefone de cabeceira tocava e meu marido atendia. Meu marido me alcançava o telefone e eu ouvia meu pai dizendo : - vem logo, que as 7 horas tua mãe vai nos deixar. Acordei sobressaltada e como era seis horas, pulei de um salto e fui ao banheiro me arrumar, mas quando abri a janela, vi que o dia estava nublado, e dentro de minha mente algo me dizia que quando minha mãezinha falecesse o dia estaria ensolarado. Telefonei para o hospital e me disseram que o quadro se encontrava estável. Passei novamente o dia com ela , que já se encontrava em coma, mas mesmo assim eu procurava falar-lhe tentando transmitir-lhe calma e serenidade,pois o que estava para acontecer era somente uma passagem para outro estágio e consciência, e nada a temer. A noite cheguei em casa como de costume, fiquei com meus filhos e meu marido e após fui descansar. Na manhã seguinte ... o telefone tocou as 6 horas, e do outro lado meu pai me dizia ...vem rápido , pois a irmã falou que das 7 horas ela não passa. Vesti-me rapidamente e cheguei ao hospital 10 para as 7 horas da manhã ensolarada que se iniciava. Com ela no quarto estava alem de meu pai, Rosa, uma moça que nos últimos anos tinha cuidado de minha mãe e da casa, uma espécie de governanta. Peguei em uma das mãos de minha mãe enquanto Rosa do outro lado da cama tomava entre as suas a outra mão. Meu pai mais afastado,tentava inutilmente conter as lágrimas! Subitamente, vindo do corredor, vozes de um coral feminino entoando a Berceuse de Mozart. A música era divinamente bela e aproximava-se cada vez mais. Olhei para Rosa e indaguei se ela estava ouvindo, ao que ela respondeu, afirmativamente. Meu pai entre abriu a porta, olhou para o corredor , mas nada nem ninguém havia lá. Porem o coral continuava se aproximando e entrou no quarto, sem que ninguém fosse visto, somente aquele som maravilhoso enchia o aposento.
Olhei para minha mãe e ela silenciosa e serenamente exalava o último suspiro, enquanto o relógio da quarto marcava 7 horas! Coloquei levemente minha mão sobre o ombro de minha mãe, já falecida e falei...viu mãezinha, não foi tão difícil!
 Neste exato momento e a uma distância de aproximadamente 20 cm. do rosto emagrecido e transfigurado pela dor, um outro rosto igual ao de minha mãe porem mais sutil, e com um leve sorriso sobre pôs se ao primeiro, e assim ela permaneceu com aquele semblante belo e suavemente sorridente. Todos que compareceram ao seu sepultamento se admiraram de seu semblante suave e belo. Foi muito belo o momento de passagem de minha mãe e algo para lembrar para sempre.
Mais uma surpresa me era reservada, ao chegar em casa, depois de tudo terminado, fui ao meu quarto e sentando-me na cama para descansar vi que minha filha Fernanda então com 2 anos e 9 meses veio ter comigo. É claro que em nenhum momento, havia sido comentado com ela, sobre a doença da avó, muito menos sobre o seu passamento, pois naquela tenra idade ela nem entenderia....supúnhamos...
Qual não foi meu espanto quando deitando a cabecinha em meu regaço, ela cantarolou...." a vó Erica foi para o céu"! Só posso explicar isto acreditando nas maravilhas que nossos irmãos maiores  do mundo espiritual tem para nos ofertar e consolar!
Mais alguns meses decorreram e em uma madrugada, acordei com alguns gemidos de Fernanda em seu quarto.  Corri para lá e encontrei-a  catatônica e de olhos fechados. Graças a Deus não me assustei, pois já lera muito a respeito e também já presenciara em trabalhos no C.E. médiuns em situação semelhante. Catatônica é a pessoa que fica imobilizada como se fora uma estátua. Da-nos a impressão de estar morta, mas a respiração continua e nos tranquiliza. é preciso manter a calma e aguardar a volta se possível em estado de prece. Assim que ela voltou e abriu os olhos disse-me, sorrindo! Mãe , eu vi a vó Erica, ela está num lugar cheio de gente que eu não conheço, mas ela está alegre e feliz! Beijei minha filha comovida e disse....que bom, agora volta a dormir!

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